sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Hospital (e reviravolta nos planos)

Um amigo nosso chegou para cuidar do Erich e saímos para o hospital. Eram 6h30 (mais ou menos, já tinha perdido a noção) quando saímos de carro, eu nem consegui sentar, fui ajoelhada no banco da frente até a Santa Casa (em média uns 5 minutos de distância mas me pareceu hoooras). Urrava, era muita dor, era visceral. Senti que deveria estar perto dos 8 cm de dilatação, pelo intervalo e duração das contrações.

Chegando na Santa Casa me deram uma cadeira de rodas, nem reclamei, sabia que em teoria eu deveria caminhar, mas já nem conseguia andar mesmo. O Rodrigo já havia telefonado para a Dra. Fernanda, então, na minha cabeça ela já estaria lá me esperando com a banqueta debaixo do braço. Mas não, ela nem tinha chegado e eu comecei a ficar nervosa, realmente tenho problemas sérios com hospital!

Pedi para ser avaliada pela plantonista; não podia; IMPLOREI pois queria muito saber em que estágio eu estava e além disso me preocupava com a pressão alta do dia anterior. Fui atendida pela dra. Scilla Lazarotto, uma médica muito querida. verificou a dilatação: 9 cm!!!!! 

Eu havia dilatado 9cm em casa, sozinha, sem nenhuma intervenção, exatamente como eu queria!

Nesse momento chegaram a doula e a obstetra. Eu lembro que tremia da cabeça aos pés, estava com dores fortíssimas e comecei a fraquejar. Cheguei a pedir anestesia, e a médica disse que nesse momento apenas atrapalharia o andamento do TP.

Fui encaminhada para o pré parto, sentei na bola, a doula me massageava. A massagem ajudava durante as contrações, ela e o Rodrigo se revezavam. A mauren (doula) massageava, me abraçava, me encorajava... eu sentia que meus ossos abriam, sentia uma dor inexplicável, sentia MEDO, pensava na minha mãe e na minha avó que pariram seus bebês, tentava arranjar forças na minha ancestralidade. Eu olhava para um relógio que tinha na parede e aquilo me desconcentrava.

Eu podia sentir a Sarah encaixando nos meus ossos.Doía, muito, tentava respirar, mas nada mais ajudava. O medo crescia, o cansaço me dominava, eu continuava implorando por analgesia. A minha valentia havia desaparecido, estar num hospital me deixou totalmente fora de mim, eu havia perdido o controle de tudo; da mente, do corpo, da respiração. Estava exausta.

Quase 2h depois de chegar no hospital, a médica pediu para fazer um toque. Ainda 9cm e bebê alto.

Os batimentos da Sarah estavam ótimos. A Fernanda sugeriu arrebentar a bolsa para tentar forçar a descida dela. Concordei, estava cansada. O líquido saiu transparente como devia ser, e aquela água morna aliviou a dor. Mas a bebê continuava muito alta. Encaixada mas não descia...

A Fernanda chegou a me oferecer o soro. Já havíamos falado sobre isso; tive soro no parto do Erich e só serviu pra me causar mais dor, pois acabou em cesárea. Eu não queria soro.

Foi nesse momento que entreguei os pontos.

A mauren tentava me convencer afinal, foi contratada pra isso. Sabia meu desejo de parir. Mas eu estava sem forças e morrendo de medo, eu tremia inteira, estava esgotada. Já deveria ter nascido, eu estava com dilatação completa e a bebê não descia um milímetro. Chamei o Rodrigo. Expliquei pra ele a situação. Chamei a médica e pedi a cesárea. Pedi a opinião dela. Ela concordou pois o TP havia parado de evoluir. Na verdade o bebê estava bem e se eu quisesse esperar poderia. Mas não queria mais, estava no meu limite. Voltou a me oferecer ocitocina como alternativa, mas recusei.

Fui bem consciente para o bloco cirúrgico, consciente de ter feito tudo o que eu podia e ter superado meus próprios limites - estava satisfeita com isso. Creio que todos temos um limite, e para mim havia chegado ao meu. Eu sonhei muito com o parto normal. MUITO. Mas algo me dizia que havia chegado a hora do plano B.




Madrugada de TP

1/11/2016

MADRUGADA!

E não é que a super Lua veio e trouxe a Sarah?!!
Última foto da barriga!!

Já em trabalho de parto(sorrindo ainda)

Como disse no post anterior, já estava com contrações desde o início da noite, mas não pareciam tão diferentes das que vinha sentindo nas últimas semanas, então não dei tanta importância - embora secretamente no íntimo do meu ser torcesse para que fosse a hora.

Deitei para dormir por volta de meia noite. Assisti uma série, peguei no sono normalmente, tudo bem tranquilo. às 03h30 fui acordada por contrações já bem mais incômodas, então comecei a monitorar com um app que tinha no meu celular. Vinham a cada dez minutos e duravam de 30 a 60 segundos. Comecei a me animar!!!

Enviei mensagem para a doula avisando que ainda não havia ritmo mas que ficasse esperta.

Como sou do tipo que sofre calada, decidi não acordar o Rodrigo ainda. 

Fiquei me movimentando, andava pelo apartamento, ficava na bola, respirava fundo do jeito que a doula havia orientado. Estava funcionando muito bem, as contrações vinham e passavam e eu passava por elas com uma certa tranquilidade.

De repente a dor apertou. Eram 5h. Abruptamente o intervalo caiu de 10 minutos para 3. Era o TP ativo.

Respirar já não estava ajudando muito. Acionei a doula, agora a sério. Ela disse que chegaria depois das 7h e eu ri - do jeito que estava até lá já teria parido!!! Fui para o chuveiro, respirando e vocalizando, numa tentativa de aliviar a dor que agora era bem forte. Com meus gemidos o Rodrigo acordou, eram 5h30. Lembro de olhar pra ele e dizer "acho que começou" e pedir que ele monitorasse os intervalos. Claro que ele ficou nervoso e não conseguiu monitorar nada, hahaha.

Devo ter entrado na partolândia, era o TP ativo sem sombra de dúvida. NADA mais aliviava a dor, deitei na bola e pedi massagem na lombar, vocalizei, respirei, me entreguei ao meu lado animal. Estava focada em fazer minha filha nascer, me concentrei no desejo de vê-la logo.

Quando vi que as contrações vinham a cada 2 minutos, pedi que o Rodrigo chamasse alguém para ficar com o Erich e decidi que havia chegado o momento de ir para o hospital. Nesse momento o Erich acordou (com meus gritos, né) e olhou para mim; apenas dissemos a ele que a maninha queria nascer e ele encarou tudo com naturalidade, voltou para a cama e ligou a TV.

Continua....

Recém nascido em casa...outra vez!

10-11-16 Sarah é uma bênção. Super calma, serena, tranquila. O Erich está amando a mana demais, é muito carinhoso... está me enchend...